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segunda-feira, 27 de junho de 2011

Entenda Mais O Mundo De Cosmópolis


Trago para vocês uma matéria bem bacana que vai mostrar pra gente um pouco mais do contexto de Cosmópolis, livro que inspirou o  novo filme de Robert Pattinson. O livro foi super bem criticado e pode ser comprado clicando aqui.
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Este curto, comovente e convincente romance de Delilo é um retrato feroz do capitalismo e um bom reflexo dos tempos turbulentos em que vivemos, um tempo que ainda que pareça o contrário longe de afetar o frágil sistema, parecendo reforçá-lo, faze-lô mais forte em sua arrogância, condição que podia levá-lo a autodestruição.
O capitalismo é um rolo compressor que esmaga tudo o que está em seu caminho e as recessões que tanto afetam milhões de pessoas, servem para que esse pare, tome impulso e volte mais forte que no começo. Quantas empresas, as autênticas donas do planeta – os governos são meros fantoches a seu serviço, atentos aos seus desejos e ordens – seguem prósperas e aproveitam a atual conjuntura como desculpa para demitir pessoas e ficar com milhares de salários obtendo mais dinheiro? E quantas empresas pelo mero feito de ter um pouco menos desses benefícios no fim do ano, ainda tendo certas ganâncias, o vêem como negativo, visão que levará contra o trabalhador – o mesmo que se subir irá realizar contra aqueles que ontem eram seus parceiros, produto da educação capitalista – como cortes mais ou pressões?
Esse sistema é um vampiro insaciável que nunca se conforma e sempre quer mais, uma besta que absorve o que está contra ela, o molda, banaliza a sua vontade com suas próprias e caóticas regras, se bem que como demonstra Delillo sempre existe algo que escapa de seu controle apertado e aparentemente inofensivo. O capitalismo varreu tudo o que pode em nome do progresso, e o progresso é tecnologia, uma tecnologia que avança em passos gigantes, que é a principal base e sustento do sistema, que faz que o que ontem resultava em inovador, hoje seja arcaico.

O livro narra um dia na vida de um típico multimilionário sem escrúpulos, um dia que ele passa a maioria dentro de sua limusine, sua central de operações, no trânsito de Nova York – o pesadelo de qualquer um com o mínimo de sensibilidade -. Um dia em que tudo vai mudar.
Cronenberg leva essa adaptação ao cinema. Essa surrealista visão urbana tem muito de suas características, como por exemplo, a crescente relação entre a tecnologia e a carne. Ele é o diretor ideal para dar vida a esse material que é similar com o mundo de Bret Easton Ellis. Seu protagonista, Eric Packer não está muito longe do famoso Patrick Bateman. Sua mesma arrogância, sua mesma falta de empatia e uma privilegiada posição social, que faz com que os que estão abaixo dele ou não existem, ou são insetos que alegremente ele atropela. Essa visão do mundo fará que como Baterman, saia de todos os limites legais e morais.
Não é casual que Cronenberg estivesse aponto de dirigir “American Psycho”. A afortunada que levou tal obra ao cinema foi Mary Harron – ainda que não venha à mente, chega algum dia a esse país, ao menos em DVD, seu filme sobre Betty Page? -.
O livro é perceptivo, afiado, feroz e estimável, mas também está supervalorizado. É desconcertante e muitas das motivações mais ocultas e criminais de Packer não estão bem desenvolvidas. Resulta excessivamente superficial no clímax final, que é algo absurdo. A linguagem tão pessoal como a linguagem de ruptura de Delillo é também brusca, às vezes um simples efeito moderno que foge das definições mais simples e precisas.
O multimilionário enterro da estrela de Rap do livro tem sua equivalência com certo cantor que morreu no verão passado, alguém que era constante alvo de críticas. Claro que tudo é exagerado e mesquinho que faz que a indiscutível imaginação e percepção de Delillo fique curta.
Não é um escritor fácil de ler e reconheço que é possível que tenham captado toda a essência do mundo de Cosmópolis.

Fonte: melibro Via: TheVampireClub

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